O vídeo inteiro
Um clip relevante sobre o papel das mulheres
Com a sugestão da Professora Zita Nunes (que ensinou no programa A Fábrica de Idéias), ontem à noite eu pesquisei a biografia e os trabalhos de Maya Deren, uma diretora de filmes experimentais nas décadas 40-60. Nunca tinha visto os trabalhos dela e nunca percebi sua relevância com Landes e A Cidade das Mulheres como uma artista com uma perspetiva etnográfica (similar também a Zora Neale Hurston, por exemplo). Deren se formou na New York University poucos anos após Landes, e mais tarde na vida fez um filme sobre Vodun em Haiti. Este filme fornece evidência em relação ao papel das mulheres como veículos e autoridades de divindade na religião Afro-Haitiano, similar ao candomblé no Brasil.
Com certeza o meio de comunicação do filme de Deren é bem diferente do que o livro de Landes, mas a informalidade e o acesso aos espaços íntimos da religião fornecidos pelo meio são similares. Além de aparecer uma abordagem um pouco de primitivismo, o Divine Horsemen focaliza nos movimentos e a reunião das pessoas na prática de Vodun. A narrativa do filme fornece informação necessária sobre a estrutura da religião para entender de fora. Eu acho que eu posso usar este exemplo de Deren para argumentar em favor do estilo narrativo e informal de Landes como uma forma de arte. Landes escreveu seu livro neste estilo em vez de bem etnográfico para relacionar-se com seus sujeitos e criar um trabalho acessível ao povo. Até agora muitos membros de candomblé relembram coisas agradáveis sobre Landes e seu livro como um conto histórico da religião e um reconhecimento do papel de mulheres que antes não era bem celebrado nem reconhecido fora dos terreiros.
Em Janeiro eu pretendo voltar aos Arquivos de Ruth Landes no Museu Smithsonian em Washington DC e se eu for, eu vou olhar as correspondências para pesquisar se tiver uma ligação entre elas. Até agora não achei nenhuma ligação pessoal entre elas, mas as duas são bem citadas juntas em trabalhos sobre o etnografia da cultural, religião, música e dança Afro-Americano, em específico entre Brasil, Haiti e Cuba.
P.S. Parece que a exposição em Gantois tem que ser adiado porque falta apoio duma organização privada que não recebe financiamento do governo. Até agora os organizadores não podiam achar uma organização para particionar o evento (que me surpreende e me decepcione). Espero que ainda o evento possa acontecer no futuro.
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